Francisco Nazareno Brasileiro Dias

A IMPORTÂNCIA DO ENSINO JESUÍTICO NO PERÍODO COLONIAL BRASILEIRO E A NECESSIDADE DO LETRAMENTO DOS INDÍGENAS PARA A SUA CONVERSÃO À FÉ CATÓLICA


O presente trabalho pretende fazer uma breve análise sobre o ensino jesuítico no período colonial brasileiro e sobre a importância e necessidade deste projeto educacional para a conversão dos índios ao cristianismo, mais especificamente à fé católica.

A Companhia de Jesus, fundada na Europa em 1534 e reconhecida oficialmente pela Igreja Católica em 1540, foi uma ordem religiosa formada por padres chamados de jesuítas e que tinham por missão catequizar e evangelizar as pessoas, pregando o nome de Jesus e a obediência à doutrina da Igreja Católica.

No Brasil essa ordem religiosa foi de fundamental importância para que o governo português conseguisse atingir os seus objetivos no processo de colonização brasileiro, pois os jesuítas vieram ao Brasil para realizarem o trabalho de catequização e conversão dos índios ao cristianismo e para promover uma transformação radical na cultura indígena brasileira. Tudo isso visando atender aos interesses dos portugueses, que precisavam sobretudo pacificar os índios e habituá-los ao trabalho produtivo.

Para a realização desses objetivos buscados pelos jesuítas se fazia necessário o letramento dos indígenas, pois como os padres poderiam pregar a fé católica se não conseguiam se comunicar com os indígenas? Inicia-se então o projeto educacional jesuítico no Brasil, uma vez que não seria possível aos jesuítas converter os índios sem que estes soubessem ler e escrever.

A vinda dos jesuítas, em 1549, marca o início da história da educação no Brasil. Em março de 1549 os primeiros jesuítas chegaram à colônia brasileira juntamente com o primeiro Governador-Geral Tomé de Sousa. Os jesuítas eram chefiados por Manuel da Nóbrega, que se tornou o primeiro Provincial com a fundação da província jesuítica brasileira em 1553.

Manuel da Nóbrega e seus companheiros jesuítas fundaram em Salvador, em agosto de 1549, a primeira escola elementar brasileira.

Os jesuítas foram expandindo o seu trabalho educativo e em 1570, vinte e um anos após a chegada ao Brasil, já haviam fundado cinco escolas de instrução elementar (em Porto Seguro, Ilhéus, São Vicente, Espírito Santo e São Paulo de Piratininga) e três colégios (no Rio de Janeiro, Pernambuco e Bahia).

A Companhia de Jesus instituiu um método educacional denominado de Ratio Studiorum que prescrevia o currículo, a orientação e a administração do sistema educacional a ser seguido pelos jesuítas.

O Ratio Studiorum tratava-se de uma coletânea de regras e direcionamentos práticos a serem seguidos pelos padres jesuítas em suas salas de aula. Funcionava como um manual prático que apresentava a metodologia de ensino que deveria ser seguida pelo professor em suas aulas.

O método educacional jesuítico previa os cursos elementar, secundário e superior. 
De acordo com Leonel Franca (1952) apud SHIGUNOV NETO e MACIEL (2008, p.181):

“os estudos universitários organizados pelo Ratio Studiorum visavam à formação profissional do homem, enquanto que os cursos secundários tinham a finalidade de formar o humanista, o homem para viver em sociedade.” 

No Brasil os jesuítas elaboraram, tendo como base o Ratio Studiorum, um plano de estudos adaptado as necessidades e especificidades encontradas na colônia.

Nesse diapasão, o plano de estudos aplicado no Brasil funcionava da seguinte maneira:

“Começando pelo aprendizado do português, incluía o ensino da doutrina cristã, a escola de ler e escrever. Daí em diante, continua, em caráter opcional, o ensino de canto orfeônico e de música instrumental, e uma bifurcação tendo em um dos lados, o aprendizado profissional e agrícola e, de outro, aula de gramática e viagem de estudos à Europa.” (RIBEIRO, 1998, p. 21-22)

A atuação dos Jesuítas no Brasil colonial pode ser dividida em duas fases: a primeira fase – primeiro século de atuação – foi a de adaptação e construção do trabalho de catequese, conversão dos índios à fé católica e a mudança dos costumes indígenas para se adaptarem aos costumes dos brancos; já a segunda fase – segundo século de atuação dos padres jesuítas – foi de consolidação, desenvolvimento e extensão do sistema educacional implantado no primeiro período.

A atuação educacional dos jesuítas não se restringiu apenas ao ensino dos indígenas. O projeto educacional jesuítico no Brasil que teve início com o trabalho de catequização e conversão dos indígenas à fé católica ultrapassou esse propósito e os jesuítas passaram também a se dedicar ao ensino dos filhos dos colonos e demais membros da Colônia, atingindo até os filhos da classe burguesa.

Os padres jesuítas da Companhia de Jesus podem ser considerados os primeiros e únicos educadores do Brasil colonial. Nesse sentido, Azevedo (1976) faz os seguintes apontamentos:

“educadores, por vocação, mestres notáveis a todos os respeitos, eles puderam exercer na colônia, favorecidos por circunstâncias excepcionais, um verdadeiro monopólio do ensino, a que não faltava, para caracterizá-lo, o apoio oficial que lhes deu o governo da Metrópole, amparando-os, na sua  missão civilizadora e pacífica, com largas doações de terras e aplicações de rendimentos reais dotação de seus colégios.” (Azevedo, 1976, P.36-37)

Finalizamos o presente trabalho ressaltando a importância do ensino jesuítico para a vida da colônia brasileira e para a educação brasileira de um modo geral, pois a vinda dos jesuítas, em 1549, marca o início da história da educação do Brasil, história esta na qual a grande obra dos jesuítas sempre ficará marcada, sobretudo no que diz respeito às consequências que dela resultaram para a nossa cultura e civilização.


Referências
Francisco Nazareno Brasileiro Dias - graduado em Direito pela Faculdade Luciano Feijão e graduando em Formação Pedagógica em História pela UNOPAR.

AZEVEDO, Fernando de. A cultura brasileira. 5. ed. São Paulo: Melhoramentos/INL, 1976. Parte 3: A transmissão da cultura.

RIBEIRO, Maria Luisa Santos. História da educação brasileira: a organização escolar. 15. ed. Campinas: Autores Associados, 1998.

SHIGUNOV NETO, Alexandre; MACIEL, Lizete Shizue Bomura. O ensino jesuítico no período colonial brasileiro: algumas discussões. Educar em Revista, [S.l.], v. 24, n. 31, p. p. 169-189, jun. 2008. ISSN 1984-0411. Disponível em: <http://revistas.ufpr.br/educar/article/view/12806/8694>. Acesso em: 28 fev. 2018.

22 comentários:

  1. A história da educação brasileira é mesmo fascinante. Os padres jesuítas, mesmo que exclusivamente amparados pelos ideais da igreja católica, desenvolveram contribuições significativas relacionadas a educação em seus "primórdios" no Brasil colonial. Poderíamos estabelecer uma aproximação no que se refere a igreja e a educação do período colonial e a herança deixada nos dias atuais?

    CARLA CATTELAN

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    1. Olá, Carla Cattelan. Obrigado pela pergunta.

      Notamos com muita facilidade as marcas e a influência da educação jesuítica na educação brasileira atual quando observamos, por exemplo, a grande quantidade de Universidades e Colégios católicos existentes atualmente no Brasil.
      Os Jesuítas iniciaram no Brasil a educação formal. Criaram as primeiras escolas brasileiras e adotaram um método educacional que foi denominado de Ratio Studiorum que prescrevia o currículo, a orientação e a administração do sistema educacional a ser seguido pelos jesuítas. Tal método educacional dividia os estudos formais nos cursos elementar, secundário e superior.
      Comparando com a educação Brasileira atual, hoje temos a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional e a divisão dos níveis de escolaridade na educação infantil, nível fundamental, nível médio e nível superior.
      Conforme podemos concluir essa organização da educação formal com o estabelecimento de currículos e diretrizes para a educação e a divisão da educação em níveis de escolaridade são características presentes tanto no período educacional jesuítico quanto na educação brasileira dos dias atuais.

      FRANCISCO NAZARENO BRASILEIRO DIAS

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  2. Olá, Carla Cattelan. Obrigado pela pergunta.
    Notamos com muita facilidade as marcas e a influência da educação jesuítica na educação brasileira atual quando observamos, por exemplo, a grande quantidade de Universidades e Colégios católicos existentes atualmente no Brasil.
    Os Jesuítas iniciaram no Brasil a educação formal. Criaram as primeiras escolas brasileiras e adotaram um método educacional que foi denominado de Ratio Studiorum que prescrevia o currículo, a orientação e a administração do sistema educacional a ser seguido pelos jesuítas. Tal método educacional dividia os estudos formais nos cursos elementar, secundário e superior.
    Comparando com a educação Brasileira atual, hoje temos a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional e a divisão dos níveis de escolaridade na educação infantil, nível fundamental, nível médio e nível superior.
    Conforme podemos concluir essa organização da educação formal com o estabelecimento de currículos e diretrizes para a educação e a divisão da educação em níveis de escolaridade são características presentes tanto no período educacional jesuítico quanto na educação brasileira dos dias atuais.

    FRANCISCO NAZARENO BRASILEIRO DIAS

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    1. Resposta ao questionamento feito acima, pela participante Carla Cattelan.

      FRANCISCO NAZARENO BRASILEIRO DIAS

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  3. Bom dia! É inegável a grande importância que os jesuítas tiveram para a educação no Brasil, pois como dito no texto eles foram os responsáveis pelo ensino de ler e escrever dos indígenas, para a difusão da fé católica. Pode-se dizer que o método de ensino dos jesuítas ainda se fazem presente nos dias atuais ?
    Priscila Fachini de Souza

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    1. Olá, Priscila Fachini de Souza. Obrigado pela pergunta.
      No tocante ao ensino da leitura e da escrita realizado pelos jesuítas no período colonial, é importante frisar que os jesuítas vieram ao Brasil com o propósito de ajudar o governo português no processo de colonização brasileiro. Os índios não entendiam o português e os jesuítas tiveram que ensiná-los a língua portuguesa para poderem promover a catequização e conversão deles ao cristianismo e para promover uma transformação radical na cultura indígena brasileira. Tudo isso visando atender aos interesses dos portugueses, que precisavam, sobretudo, pacificar os índios e habituá-los ao trabalho produtivo.
      Nesse contexto observamos que o propósito da educação elementar – leitura e escrita – destinada aos índios que habitavam o Brasil no período colonial é diferente do propósito da educação atual brasileira que é um direito social dos cidadãos brasileiros estabelecido na nossa Constituição Federal.
      Mas de maneira geral, podemos afirmar que a metodologia de ensino atual sofreu influências daquela época sim e foi sendo adaptada e aperfeiçoada à realidade de cada época até os dias atuais, uma vez que o processo educativo e as metodologias educacionais estão em constante desenvolvimento e aperfeiçoamento.

      FRANCISCO NAZARENO BRASILEIRO DIAS

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  4. Olá, como você descreveu, o Ratio Studiorum tratava-se de uma coletânea de regras a serem seguidas pelos jesuítas em sala de aula. Baseado à esta afirmativa, em que este método contribuiu para o ensino dos dias atuais?

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    1. Olá. Obrigado pela pergunta.
      Olá,Silvia Eleticia. Obrigado pela pergunta.
      Ao meu entender, é importantíssimo, em qualquer modalidade de ensino, a existência de uma metodologia educacional organizada, como foi a Ratio Studiorum que prescrevia o currículo, a orientação e a administração do sistema educacional a ser seguido pelos jesuítas. Tal metodologia aplicada pelos jesuítas no Brasil colônia e que foi a pioneira na educação formal brasileira, sem dúvidas influenciou no processo de evolução da educação formal brasileira que foi aperfeiçoando-se e desenvolvendo-se até os dias atuais. Atualmente a educação formal brasileira é regida pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996.

      FRANCISCO NAZARENO BRASILEIRO DIAS

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  5. Como você descreveu, o Ratio Studiorum tratava-se de uma coletânea de regras a serem seguidas em sala de aula. Baseado a esta afirmativa, em quê este método contribuiu para o ensino dos dias atuais?
    Silvia Eleticia Santos do Nascimento.

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    1. Olá,Silvia Eleticia. Obrigado pela pergunta.
      Ao meu entender, é importantíssimo, em qualquer modalidade de ensino, a existência de uma metodologia educacional organizada, como foi a Ratio Studiorum que prescrevia o currículo, a orientação e a administração do sistema educacional a ser seguido pelos jesuítas. Tal metodologia aplicada pelos jesuítas no Brasil colônia e que foi a pioneira na educação formal brasileira, sem dúvidas influenciou no processo de evolução da educação formal brasileira que foi aperfeiçoando-se e desenvolvendo-se até os dias atuais. Atualmente a educação formal brasileira é regida pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996.

      FRANCISCO NAZARENO BRASILEIRO DIAS

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  6. Oi Francisco tudo bem?

    Gostei muito do seu tema, e gostaria de comentar a respeito do que disse sobre a necessidade da catequização dos índios para o sucesso dos objetivos da colonização do Brasil por Portugal.

    Atualmente moro em Portugal e fiz uma pós em História do Império Português na Universidade Nova de Lisboa, e é interessante que lá, quando escrevi sobre isso, fiz o trabalho de uma das disciplinas sobre esse assunto. Notei que eles, nesse período, não chamam colonização brasileira e sim colonização da América Portuguesa, faz sentido concorda?

    Como estratégia para atingir seus objetivos, a Companhia de Jesus optou pela criação de colégios, estabelecimentos voltados para a educação dos jovens dentro do ensino das primeiras letras e da doutrina cristã. Os professores jesuítas eram do Colégio Romano, fundado em 1550, e encaminhados para a Ásia, América e África, onde prestavam os seus serviços religiosos e pedagógicos. Liderados pelo padre Manuel de Nóbrega, a Companhia de Jesus iniciava um período de intensa atuação na sociedade colonial brasileira, cujo legado pode ser percebido nos dia de hoje.

    Inclusive, se puder veja, tenho um artigo de nome A REFORMA PROTESTANTE COMO FATOR DE MUDANÇA NA MISSIONAÇÃO PORTUGUESA, publicado em:

    Identidade! | São Leopoldo | v. 22 n. 2 | p. 273-297 | jul.-dez. 2017 | ISSN 2178-0437X

    No link: http://periodicos.est.edu.br/index.php/identidade/issue/view/305

    Sabemos que a obra dos jesuítas sempre ficará marcada na história do Brasil, mas, quais as consequências que dela resultaram para a nossa cultura e civilização?

    Abraços,
    Alessandro Martins

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    1. Olá Alessandro. Obrigado pela pergunta.

      No que diz respeito ao uso das expressões “colonização brasileira” e “colonização da América Portuguesa” não vejo problemas na utilização de uma ou outra expressão. Acredito também que depende do enfoque da abordagem. Por exemplo, se estou tratando e estudando sobre a História do Brasil e do período em que o Brasil foi colônia de Portugal, posso muito bem usar a expressão “colonização brasileira”. Já se eu estiver fazendo um estudo sobre o Império Português, talvez seja realmente mais adequado utilizar a expressão “colonização da América Portuguesa”, uma vez que a chamada América Portuguesa não era composta apenas pelo território que hoje é a República Federativa do Brasil.
      Referente ao legado deixado pelos jesuítas, ressaltamos que esse legado reflete diretamente na nossa cultura e civilização atual.
      Podemos citar, por exemplo, além do legado religioso e pedagógico, os legados artístico e cultural.
      No que diz respeito ao legado artístico, ressaltamos a importância do estudo da obra dos jesuítas para o ensino da arte.
      Os jesuítas em sua missão catequética e educadora no período colonial introduziram a arte através da realização de missas cantadas e encenações de teatro. Podemos dizer que a utilização da Arte como ferramenta de aproximação cultural e ensino de valores, ainda que usada no intuito educacional e catequizador, contribuiu significativamente para a construção da identidade brasileira na produção artística.
      No que diz respeito ao legado cultural, podemos dizer que o maior legado cultural dos jesuítas é o da arte barroca, estilo predominante no período colonial brasileiro.
      Podemos encontrar grandes exemplos dessa cultura nas arquiteturas de igrejas brasileiras e na arte sacra de uma maneira geral, como estátuas, pinturas, etc.
      O estilo barroco europeu foi sendo absorvido pelos brasileiros e com o tempo foi tomando características nacionais. Esta herança pode ser vista nas obras de grandes artistas brasileiros como as do Mestres Ataíde e principalmente de Aleijadinho. Tais características do estilo barroco também são observadas nas construções arquitetônicas de cidades históricas brasileiras, como Ouro Preto, Diamantina, Salvador, Olinda e São Luís. Os centros históricos dessas cidades foram classificados como Patrimônio Mundial da Humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura – UNESCO.

      FRANCISCO NAZARENO BRASILEIRO DIAS

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    2. Oi Francisco, sim tens toda razão.
      Só mostrei as expressões no sentido mesmo da abordagem, aqui normalmente se usa no viés história de Portugal, mas as duas são válidas claro.

      Grande legado dos jesuítas, muito interessante!

      Obrigado
      Alessandro Martins

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  7. Olá! Sabemos que o principal foco dos jesuítas era a educação dos índios, porém é possível dizer que existiam outros perfis de alunos nesses cursos, principalmente na segunda fase?
    Deyse Vieira Quinto

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    1. Olá, Deyse. Obrigado pela pergunta.

      A atuação educacional dos jesuítas não se restringiu apenas ao ensino dos indígenas. O projeto educacional jesuítico no Brasil que teve início com o trabalho de catequização e conversão dos indígenas à fé católica ultrapassou esse propósito e os jesuítas passaram também a se dedicar ao ensino dos filhos dos colonos e demais membros da Colônia, atingindo até os filhos da classe burguesa.

      FRANCISCO NAZARENO BRASILEIRO DIAS

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  8. Olá, professor Francisco. Quase cem anos posterior à chegada da Companhia de Jesus, tivemos no norte do país à chegada da Companhia das Indias Ocidentais com Maurício de Nassau. Gostaria de saber quais as divergências e convergências entre os dois sistemas de ensino que tivemos na América Portuguesa.

    CLÉSIO ALVES DE OLIVEIRA

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  9. Inicialmente quero cumprimentá-lo Francisco pelo resgate de um tema tão urgente e necessário nos dias atuais, educação sempre foi, é e será a base de qualquer sociedade, “civilizada” ou não.
    Interessante quando você coloca que a estrutura educacional jesuítica a ser adotada na América Portuguesa se deu através do Ratio Studiorum. Guardadas as devidas proporções, podemos dizer que este foi o primeiro plano educacional implantado no país e que, de certa forma, seu formato nos faz lembrar atualmente, o Plano Nacional de Educação (uma vez que o Ratio Studiorum seria implementado pelos jesuítas em todas as capitanias da Colônia), e sua estrutura interna nos lembra a Base Comum Curricular (pois seria o mesmo programa aplicado as populações nativas em todas as províncias da Colônia).
    Francisco, por favor, nas suas pesquisas você pôde descobrir casos de êxito e fracasso na implantação dessa modalidade educacional. Em quais reduções jesuíticas esse modelo de educação foi considerado bem sucedido? Desde já obrigado.

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    1. Olá, Heni Abdu. Obrigado pela pergunta.
      De maneira geral, podemos afirmar que o projeto educacional jesuítico no Brasil obteve grande sucesso. O projeto que teve início com o trabalho de catequização e conversão dos indígenas à fé católica ultrapassou esse propósito e os jesuítas passaram também a se dedicar ao ensino dos filhos dos colonos e demais membros da Colônia, atingindo até os filhos da classe burguesa.

      FRANCISCO NAZARENO BRASILEIRO DIAS

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  10. Este comentário foi removido pelo autor.

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  11. Texto muito interessante. Sobre o tema da sua pesquisa, eu gostaria de saber quais as principais dificuldades encontradas pelos jesuítas durante o processo inicial de catequização do indígena? Os nativos aceitavam as mudanças facilmente? E quais as formas usadas para contornar as divergências culturais entre os jesuítas e os nativos nesse contexto?

    Lui Fonseca do Nascimento

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    1. Olá, Lui Fonseca. Obrigado pela pergunta.

      Ao chegarem a colônia para iniciar o trabalho de catequização dos indígenas, uma das principais dificuldades encontradas pelos jesuítas foi justamente o fato dos índios não entenderem a língua portuguesa, daí a necessidade fundamental do letramento dos indígenas. Os nativos apresentaram resistência a catequização e a mudança dos seus hábitos, principalmente no que diz respeito ao trabalho, pois antes dos portugueses os índios trabalhavam apenas para a sua subsistência. Os jesuítas utilizaram em seu projeto de catequização a arte como ferramenta de aproximação cultural e ensino de valores, através da realização de missas cantadas e encenações de teatro.

      FRANCISCO NAZARENO BRASILEIRO DIAS

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  12. Olá, Lui Fonseca. Obrigado pela pergunta.

    Ao chegarem a colônia para iniciar o trabalho de catequização dos indígenas, uma das principais dificuldades encontradas pelos jesuítas foi justamente o fato dos índios não entenderem a língua portuguesa, daí a necessidade fundamental do letramento dos indígenas. Os nativos apresentaram resistência a catequização e a mudança dos seus hábitos, principalmente no que diz respeito ao trabalho, pois antes dos portugueses os índios trabalhavam apenas para a sua subsistência. Os jesuítas utilizaram em seu projeto de catequização a arte como ferramenta de aproximação cultural e ensino de valores, através da realização de missas cantadas e encenações de teatro.

    FRANCISCO NAZARENO BRASILEIRO DIAS

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